segunda-feira, agosto 18, 2008

Kistch! O estilo que dá o que falar!

Nem brega, nem cult: Kistch!

Muito se fala sobre este estilo, que abusa do excêntrico e inova nas combinações inusitadas e com o resgate de elementos vistos como ultrapassados.

Dizem os especialistas que o kistch (que variou do alemão verkitschen, termo que se refere a valores estéticos controversos), surgiu da pretensão de uma parcela da classe média emergente de participar do mundo da arte, mesmo sem compreender os valores e a aura inovadora da vanguarda.

Sem base cultural ou sensibilidade artística, esta parte da população desenvolveu um interesse em parecer culta e compreendedora da arte, a fim de adquirir status social. Porém, esta tentativa não lhes conferia o bom gosto.

É um claro sinal de que a ascenção econômica, não é acompanhada pela ascenção social e cultural.

Como características marcantes, o Kistch apresenta o acúmulo de objetos diversos sem um sentido comum, sem valor financeiro ou emocional expressivos(enfeites de geladeiras, cerâmicas, bibelôs). Normalmente é apreciado por pessoas que também podem ser consideradas kitsch, quando ocorre o demasiado uso de enfeites ou adornos corporais como brincos, colares, pulseiras e outros pinduricalhos.

A Inadequação também é nítida. Objetos de finalidade questionável e formas propositalmente destorcidas são apresentados como verdadeiros ídolos. É aí que nos deparamos com relógios em sentido anti-horário, saca-rolhas gigantes, flores de plástico, fontes artificiais em miniatura, falsificação de anjos barrocos, frutas em cristal ou plásticos entre outras bizarrices.

Os defensores do estilo alegam que é criando que se encontra diversas novas funções para um objeto obsoleto ou funções secundárias tidas como importantes, levando a função principal do artefato a um segundo plano.

A Percepção Sinestésica é estremamente exigida numa decoração Kistch. Há uma maior utilização dos sentidos para impressionar o visitante: imagem, som, aromas, repetição exaustiva dos mesmos ícones com significados semelhantes.

Com todo este apelo, a inadequação, acúmulo e percepção sinestésica, o kitsch chega próximo do marginalizado, do vulgar. Entretanto é essa mediocridade que facilita a absorção do consumidor. Nem feiúra nem beleza extremas, mas uma simpática vontade de estar no "outside" .

Mas não se engane, você pode ser um inconsciente entusiasta do Kistch! Este estilo, ao contrário do que se pensa não é encontrado apenas entre as camas mais pobres ou emergentes. Você acha fácil fácil elementos kistch na sua própria casa e entre seus pertences.

Observe que o Kistch pode estar no aspecto religioso (terços cheios de imagens pensuradas, aquela "santaiada" que você coleciona num altarzinho na sua casa, ou naqueles folhetos de santos que você não se sente bem de jogar fora e acaba acumulando lixo.), aspecto sexual (posters colados na parede dos quartos maculinos ou canetas de mulheres nuas), político ( chaveiros, insígneas de partidos ou a manjadíssima cara barbuda do Ché), exótico (paisagens havaianas ou "divindades " indianas), além de muitos outros elementos como anões de jardim, pinguins de geladeira, ímas disputando espaço nos eletros da cozinha, tapetes de pele de zebra falsificados, colunas de templos gregos feitos em cimento nas entradas das casas etc, etc, etc.

Assumidamente utilizado em bares ou lojas, o kistch como vimos, é mais comum do que pensamos dentro de nossas casas. Mas isso não significa que você pode voltar a usar aquela jarra de plástico em forma de abacaxi, que sua mãe ganhou no chá de panela.


Et c'est fini.


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